DIA 10 - QUE DIA ! VAL DI NON, BASÍLICA DE SÃO ROMÉDIO - LAGO SMERALDO - CASTELO DE THUN - CORO SOSAT

Começamos o dia de hoje indo diretamente para o Val di Non, um belíssimo lugar no qual há mais de 100 pequenas cidades, algumas com 500 habitantes, todas unidas em cooperativa para o plantio e comercialização da maçã, que é exportada para o mundo inteiro. A maçã Melinda comercializada em vários países do mundo é originária desse vale, onde há cooperativas de produtores do fruto, como a Cooperativa Melinda, com 5200 associados e uma produção anual de 300.000 toneladas da fruta.

É o maior vale do Trentino e nele há o Santuário de São Romédio, o Castelo de Thun, as dolomitas de Brenta e o Lago de Santa Giustina.
Há cinqüenta anos atrás, o vale de Non era uma região muito pobre e hoje, graças ao esforço e trabalho da população, transformou-se numa região riquíssima.
Fomos ao santuário de São Romédio, um conjunto de cinco igrejas; a mais antiga, do século XII, fica no lugar mais alto, onde era a gruta na qual vivia o santo e as outras foram sendo construídas mais abaixo dela.( Para chegarmos até ela subimos um caminho íngreme com degraus largos e depois apenas 186 íngremes degraus de pedra para se chegar ao alto da igreja antiga, que quase nos mataram de cansaço. )
Nela se encontra a tumba de São Romédio, onde repousam desde 1120 seus restos mortais. É chamada de Igreja Antiga.
Contam que São Romédio, um eremita, vinha vindo por uma estrada, quando um urso mordeu o seu cavalo, matando-o. Diz a história que o santo viu no urso o diabo e olhando firmemente nos seus olhos disse que se ele havia matado seu cavalo, que se abaixasse, pois ele iria montar nas suas costas para continuar a viagem. O urso se deitou e carregou São Romédio até a cidade. Quando ele chegou, foi admirado por todos.
Esse santuário antigo ficou 500 anos como a única construção da rocha e servia de refúgio para perebrinos.
No final do século XV e início do XVI, foram construídas a Capela de São Jorge e as Igrejas de São Michel e São Romédio, edificadas pelo Conde Thun.
Saindo dali, fomos diretamente para o lago Smeraldo, um lago muito bonito, de águas de cor verde e ali fizemos um lanche. Em 1725 foram construídas uma biblioteca e a sacristia e em 1770, o arco de ingresso ao lugar santo.
No início do século XX, foi edificada a última igrja: a capela Dell'Adolorata.







Terminada a visita ao Santuário, fomos ao Lago Smeraldo, onde tivemos nosso "prazo al sacco", ou seja, nosso lanche.
O lugar é muito bonito e tem um restaurante que serve comida típica da região e também um delicioso strudel.








Depois do lanche, com a guia Antonella, descemos por uma escada até uma cachoeira e dali partimos para o Caminho dos Moinhos, andando sempre ao lado de riacho de águas claras e límpidas, no interior de uma mata.
O caminho tem esse nome porque no século passado havia ali em atividade, vários moinhos de farinha, que eram movidos pela água do riacho.


Depois de uma meia hora de caminhada, chegamos a Fondo, que é uma pequena cidade no vale de Non.

Logo avistamos uma igreja de São Martin e quando a estávamos admirando, alguns do grupo se aproximaram de um rapaz que estava trabalhando na igreja, que está sendo restaurada.
Ele é o baiano Cássio, que está desde 2008 trabalhando no restauro da parte das pinturas interna e externa da igreja.
Alguém pediu para ver o seu trabalho e adentramos à igreja com ele. Lá encontramos com outro baiano, Paulo, que explicou detalhadamente todo o trabalho que realizam há dois anos na igreja, primeiramente raspando todas as paredes internas para retirar a pintura para encontrar a pintura original; depois retirando os resíduos com materiais apropriados e finalmente , com aquarela, restaurando toda a pintura original. Um trabalho maravilhoso.
As paredes de fora também foram raspadas, porque a pintura feita com material inadequado, não deixava as paredes “respirarem”. Todo o exterior ganhou uma nova pintura e a igreja teve o telhado trocado, bem como a parte elétrica e hidráulica, num projeto que custou um milhão e novecentos mil euros.
Saímos dali muito orgulhosos em constatar que dois brasileiros estão trabalhando num projeto de restauro de uma igreja trentina e que aqui, são muito valorizados.








Fomos depois ao Castelo de Thun, que levou 18 anos para ser restaurado. Ele pertenceu por 8 séculos à riquíssima família Thun e em 1992 foi comprado pela província , que o restaurou e o entregou à população em abril passado.
No início da construção, era uma fortaleza construída para defender os Thun. Com a passagem dos séculos, foram anexadas novas construções até que se formou o enorme castelo que é hoje. É um dos únicos castelos da Europa que guarda seus móveis e utensílios originais. No primeiro andar há uma cozinha muito antiga ( do século 170 e outra mais recente,visto que a família morou no local até 20 anos atrás .
No segundo andar há salas com uma grande coleção de moveis e quadros e no último andar, os quartos, todos mobiliados e decorados.Nesse andar há apenas um banheiro.
No andar térreo há a capela particular, dedicada a São Jorge, uma padaria e uma sala de armas.















Voltamos ao hotel e após o jantar, nos dirigimos ao centro histórico de Trento para assistirmos a uma apresentação do mais antigo coro trentino (1926), o SOSAT, em sua sede , localizada em um prédio do século 16.
O maestro é Paulo Tazin e o grupo é composto de 29 pessoas, entre eles Massino Cestari, que ... seria meu parente ????
A foto abaixo foi retirada do site do grupo e é a foto oficial.

Foram apresentadas músicas tipicamente trentinas, que falam do Tirol, dos Alpes, de amor, da paisagem e da guerra. Foi muito emocionante.
Após a apresentação, o coro nos ofereceu uma pequena recepção.

Fotos de Marilda Rossetto Migliorini









O cantor de sandálias, calças pescador e óculos, ao centro ,logo atrás da estante do maestro, é Mássimo Cestari.




Depois voltamos ao hotel para o descanso, pois o dia de hoje foi muito puxado. Tivemos que subir muitas escadas, muitas rampas íngremes para chegarmos a São Romédio e a Thun e... amanhã tem mais.
Ah... o que jantamos ? Lasanha gratinada ou minestrone com legumes; salada mista,pernil de porco ao forno acompanhado de legumes e de sobremesa mousse de chocolate. Ah ! No vale de Non muitos comeram strudel, que é típico da região e aproveitaram para beber suco de maçã e ... chopp.