sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Meu quarto texto sobre a viagem

Volta às origens 4
Maria Waldete de Oliveira Cestari
Um dos objetivos da viagem que eu e mais quarenta e duas pessoas fizemos à Província Autônoma di Trento era proporcionar uma visita aos locais de origem dos ascendentes dos viajantes trentinos. A Associazone Trentino nel Mondo levantou o sobrenome de todos e identificou a cidade de origem de cada um. Feito isso, entrou em contato com autoridades de cada cidade e estas preparam um dia especial de recepção aos descendentes das famílias originárias dali. O dia dessa visita foi 15 de junho e havia muita expectativa, porque não se sabia nenhum detalhe do que tinha sido preparado. Tudo seria surpresa. A única coisa que foi dita é que seria um dia de muitas emoções. De reencontros.
Alguns foram de van, especialmente contratada pela prefeitura da cidade natal para levá-los; outros foram de trem, de táxi e outros ainda, de ônibus. Todos foram recebidos por autoridades e levados para conhecer a cidade, seus pontos turísticos. Alguns foram recepcionados na sede das prefeituras, com a presença de autoridades locais ( prefeito, vice-prefeito) e parentes que ali residem. Ouviram histórias sobre o lugar, sobre seus ascendentes. Alguns foram aos cemitérios locais visitar os jazigos de seus parentes. Outros foram levados a casas nas quais seus ascendentes tinham nascido e vivido. E lá encontraram familiares que jamais sonhavam que existissem. Em algumas cidades foi oferecido um almoço típico e em outras, um lanche especial.
Vigolo Vataro, terra de Madre Paulina e dos Tamanini, ofereceu a estes uma apresentação feita exclusivamente para eles, num ginásio da cidade: um desfile de bandeiras. Levico Terme, local de origem dos Marino, uma cidade com mais de mil anos, com pouco mais de sete mil habitantes, famosa por suas águas medicinais, proporcionou uma visita ao castelo, onde a imperatriz Maria Tereza da Áustria, no século dezoito, passava temporadas. Em Novaledo, uma “comuna” de um mil e cem habitantes e que fica todinha na colina, os Zem foram levados para o alto da montanha, à “Malga Broi”, um local utilizado pelas pessoas que estão na região durante o inverno e necessitam abrigo para não morrerem congelados. Há uma pequena igreja construída em homenagem aos mortos em guerras na montanha, uma área coberta com um salão tipo cozinha e um banheiro. É mantida pela prefeitura e pela Associazone Alpini de Novaledo, um grupo de pessoas, a maioria aposentados, que adora a montanha e que preparou um almoço tipicamente montanhês para os visitantes, regado à vinho artesanal e café com grapa, uma maravilhosa mistura de sabores, tudo produzido na região.

Numa das cidades aconteceu um fato pitoresco, que merece uma explicação preliminar. O bairro de Santa Olímpia, em Piracicaba, é um verdadeiro pedaço do Trentino no Brasil. Foi fundado por imigrantes no século XIX e mantém as tradições dos pioneiros na gastronomia, no folclore, nas festas típicas, no modo de viver. Muitos falam fluentemente o dialeto trentino. Em Romagnano, os Stenico e Forti conheceram os principais pontos da cidade e andando pelas ruas, um dos Stenico, que é de Santa Olímpia, se pôs a conversar com os outros em dialeto. Isso atraiu a atenção de uma senhora idosa, que estava no interior de sua casa. Ela saiu para ver quem é que estava falando a sua língua e usando algumas palavras, que há muito ela não ouvia. Isso porque o dialeto falado em Santa Olímpia se conserva idêntico ao eu que foi trazido pelos imigrantes e muitas palavras que não são mais usadas lá, continuam a ser usadas aqui. A mulher se juntou ao pequeno grupo e conversou longamente com eles.

Nesse dia, à noite, quando nos reunimos na sala de estar esperando pelo jantar, ouvimos as histórias do que tinha acontecido em cada cidade. Foi mesmo um dia de muitas emoções. De alegria por poder voltar às cidades de onde vieram os nonos e as nonas; de conhecer de perto as casas onde eles viveram, os parentes que lá ficaram; ver os caminhos por onde passavam, as ruelas por onde andavam, os campos onde plantavam e colhiam; degustar os pratos típicos que preparavam, beber o vinho feito com as uvas da própria “comuna”, enfim viver um dia como viviam os ancestrais.
Todos voltaram mais felizes, porque encontraram o que foram procurar: suas origens. E aqueles, como eu, que não são trentinos, sonham um dia também poder viver todas essas emoções e reencontrar a “terra nostra”.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

OS ZEM EM NOVALEDO

Amigos
Vejam o que nosso amigo Chico Zem me contou em um email, sobre Novaledo e o que aconteceu quando ele foi para lá com a Neiva, sua esposa, se encontrar com suas origens.
Que tal se vocês também me mandassem o seu relato sobre o que aconteceu nas cidades onde foram ?



A cidade (comune) é de NOVALEDO, com 1.120 habitantes. A pequena Comune fica todinha na colina, tudo morro acima. Somente existem poucas ruas regulares como as que conhecemos aqui, o resto mais parace caminho ou estrada de montanha.
No alto das montanhas é comum a existência de MALGAS, que são locais equipados com cozinha, banheiro, área coberta e um salão tipo cozinha, onde as pessoas que estejam na montanha e necessitem abrigo para o frio, não morram congelados.
No caso de Novaledo, a Prefeitura mantém duas ou tres MALGAS equipadas dessa forma e com um pequeno prédio de apartamentos ao lado, que são alugados para quem tiver interesse de passar horas, dias, semanas ou até meses na montanha. Acredite, tem muita gente que adora fazer isso.
Essa na quel me levaram chama-se MALGA BROI, mantida pela Prefeitura de Novaledo em conjunto com a ASSOCIAÇÃO ALPINI DI NOVALEDO, um grupo de pessoas, a maioria aposentados, que adoram a montanha. Essa MALGA tem os equipamentos que já falei mais uma pequena Igreja construída em homenagem aos mortos em guerras na montanha.

Neiva e eu fomos recepcionados pelo Síndaco (prefeito) e pelo vice-sindaco (vice-prefeito) junto com o pessoal da família Zem de lá. O almoço foi feito na MALGA e preparado pelo pessoal da ASSOCIAÇÃO ALPINI DI NOVALEDO. O prato foi típico da montanha (polenta, macarrão, carne, linguiça local muito saborosa, salame tipo montanhez típico, queijo local de sabor marcante (parece um queijo mineiro bem curado) e uma fritada de queijo com cebola, ervas e fungui da montanha. A combinação desses sabores é maravilhosa, tudo regado a bom vinho artesanal e café com grapa, tudo produzido na região.









Fotos enviadas por Chico Zem.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

NÓS NA REVISTA AUSTRÍACA



A tradução da legenda é :

"No final do século XIX muitas pessoas emigraram do Trentino para o Brasil.
A convite do jornal “Trentini nel Mondo” descendentes de Austríacos/Trentinos, provenientes de São Paulo, onde vivem, nesse início de junho nos visitaram. Manifestaram o desejo de visitarem Innsbruck porque aqui foi a capital do país.
Esta viagem a Innsbruck foi realizada em 9 de Junho, sob a direção de Maurizio Tomasi. O editor. (Foto: M. Weger)

domingo, 25 de julho de 2010

XIV FESTA DA POLENTA - BAIRRO DE SANTA OLÍMPIA - PIRACICABA

O dia 25 de julho foi marcado por uma grande alegria: o reencontro do nosso grupo de viagem pela Itália, na XIV Festa da Polenta, em Santa Olímpia.
(foto do site de Santa Olímpia)



A maioria do grupo compareceu à animada festa e foram momentos memoráveis que passamos juntos. Já combinamos de fazer um outro encontro, em Jaú, na casa do Tadeu Taminini. Falta apenas definir a data.
O bairro Santa Olímpia, na cidade de Piracicaba, é um pequeno pedaço do Trentino no Brasil. Fundado por imigrantes tiroleses no final do século XIX, o bairro mantém hoje viva a memória e as tradições dos pioneiros, através do folclore, da gastronomia, das festas típicas e do modo de viver e falar de seus moradores.

A primeira impressão de alguém que chega ao pequeno bairro rural de Santa Olímpia é a de ter encontrado em meio ao verde da paisagem uma pequena aldeia de montanha: uma igreja central, rodeada por uma ampla e tranqüila praça, enfeitada com belas flores e verdes árvores.

Logo ao lado é possível ver as pequenas e estreitas ruas, como aquelas das aldeias européias, com janelas e portas que dão diretamente para a rua.
Esta bela e romântica aparência também reflete o modo de viver de seus habitantes, gente simples e muito alegre, que mantém em terras paulistas a sinceridade e hospitalidades dos tiroleses.









A sede da Associação de moradores de Santa Olímpia é a mais antiga casa colonial do bairro, datada do início do século XX, e que serviu em outras épocas como local de encontros importantes e festas. No mesmo local funciona o Centro Histórico-Cultural, que possui um pequeno museu com objetos pertencentes aos pioneiros do bairro. Ali é possível descobrir o modo de vida dos primeiros colonos trentinos.

Saídos do Trentino (Tirol italiano), região alpina do norte da Itália, os imigrantes vieram para o Brasil trabalhar no campo e aqui encontraram as oportunidades que lhes faltavam com a crise que assolava a Europa. Assim foi possível, através de muito trabalho, constituírem famílias e desfrutarem de um clima salubre, de terras férteis e natureza exuberante.

Para homenagear o centenário da chegada dos primeiros imigrantes trentinos, foi inaugurado em 1992 um monumento aos pioneiros, com seus nomes e os nomes dos "patriarcas" do Bairro Santa Olímpia, o casal Jacó Correr e Rosa Pompermayer. Também são representados a economia da época e a religiosidade dos fundadores.
( dados retirados do site do Bairro de Santa Olímpia)



AMIGOS
"Amigos são como o vento: às vezes perto, outras longe, mas eternos em nossos corações"








































MANJA CHE TE FA BENE
BEVE CHE TE FA FELICI












O AUTÊNTICO TRENTINO
Tadeu Nunes Tamanini é uma pessoa especial,que cativou a amizade de todos os que participaram da viagem.
É uma pessoa autêntica, que valoriza suas raízes e uma prova disso são as fotos abaixo.
As meias e a gravata foram compradas em Innsbruck, porque lá ele já havia decidido fazer o traje típico. O chapéu tirolês foi comprado em Trento e a roupa foi feita pela nossa colega de viagem e grande modista e costureira Nica. Uma artista.
Grande Tadeu. Um exemplo de autenticidade.







A COZINHA
A cozinha e quem nela trabalha são os responsáveis pelo sucesso da festa. O que é uma festa sem os comes ? Ainda mais se tratando de uma festa italiana.
Vamos conhecer uma parte dessas pessoas especiais que trabalharam muito preparando o cardápio servido durante os três dias.
CARDÁPIO DA FESTA
Sexta, Sábado e Domingo
Porções: polenta rostida (frita), polenta brustolada (assada na chapa), cuscuz, pastel, salsichão. Bebidas: vinho de uva e laranja, sangria, sucos, água, cerveja e refrigerantes. Sobremesas: doces e sorvetes
Sábado e Domingo
Canèderli: sopa de nhoque preparada com pão amanhecido, trigo, frango, lingüiça e temperos diversos. - Spaghetti - Prato típico: polenta, frango ao molho, cucàgna (fritada de ovos misturados com lingüiça, tomate, cebola, queijo, bacon) e cràuti (repolho curtido, cozido com costelinha de porco, lingüiça calabresa, bacon).
Domingo
Canèderli: sopa de nhoque preparada com pão amanhecido, trigo, frango, lingüiça e temperos diversos. - Spaghetti - Prato típico: polenta, frango ao molho, cuccagna (fritada de ovos misturados com lingüiça, tomate, cebola, queijo, bacon) e cràuti (repolho curtido, cozido com costelinha de porco, lingüiça calabresa, bacon).

















BANDA NOSTALGIA
A banda se apresentou tocando músicas típicas. Mas não foi no palco: os músicos andaram entre as mesas, fazendo a alegria dos presentes com sua animação.












CORAL VÀ PENSIERO
O coral abriu a programação do domingo, se apresentando às 12h na Igreja de Santa Olímpia.
















AS DANÇAS
O GRUPO SANTA OLÍMPIA DE DANÇAS FOLCLÓRICAS ( adulto) tem como responsável José Edivaldo Stenico, o Diva. O grupo existe há 22 anos e já se apresentou em mais de 300 eventos, em várias cidades.
Às 15h40 o grupo se apresentou no palco da praça.
O primeiro grupo folclórico do Bairro Santa Olímpia foi fundado em 09 de setembro de 1987, com o objetivo de resgatar a cultura dos antepassados tiroleses.
Inicialmente, o Grupo Santa Olímpia era composto apenas por integrantes adultos. Para que as gerações mais novas também pudessem praticar as danças folclóricas, foram iniciadas em 1992 as modalidades juvenil e infantil. Após essa positiva experiência, foram criadas as modalidades mirim (2001) e infanto-juvenil (2004), esta como preparo e intermédio para o grupo juvenil.
As modalidades
Atualmente, o Grupo Santa Olímpia conta com mais de 110 integrantes, divididos entre as cinco modalidades: adulto, juvenil, infanto-juvenil, infantil e mirim, com coordenação geral de José Edivaldo Stenico. Para auxiliar principalmente os grupos infantil e mirim, alguns integrantes dos grupos infanto-juvenil e juvenil auxiliam nos ensaios e apresentações. A maioria dos oitenta componentes do grupo são moradores do Bairro Santa Olímpia. ( texto retirado do site de Santa Olímpia)





























Fotos - Walcestari e nas que eu apareço... bem... alguém as tirou...